Escultura
Considerada a terceira das artes clássicas, a escultura é a técnica de representar em relevo total ou parcial, objetos e seres através da reprodução de formas. Utiliza-se de materiais como gesso, pedra, madeira, resinas sintéticas, aço, ferro, mármore e das seguintes técnicas: cinzelação, fundição, moldagem ou a aglomeração de partículas para a criação de um objeto. Embora possam ser utilizadas para representar qualquer coisa, ou até coisa nenhuma, tradicionalmente o objetivo maior foi sempre representar o corpo humano, ou a divindade antropomórfica. A escolha do material envolve a técnica utilizada. Novas técnicas como dobra e solda de chapas metálicas, moldagens com resinas, plásticos, materiais tridimensionais tem sido empregadas.
Vários materiais se prestam a esta arte, uns mais perenes
como o bronze ou o mármore, outros mais fáceis de trabalhar,
como a argila, a cera ou a madeira.
A escultura na Pré-História foi associada à magia e à
religião. No período paleolítico, o objetivo era moldar animais e figuras
humanas, geralmente femininas.
CINZELAÇÃO
MODELAGEM
Foi no Renascimento
que a escultura se destacou, com a famosa estátua de Davi, de Michelangelo. Donatello
e Verocchio foram outros mestres importantes do período. Entre os séculos
XIX e XX, destacam-se os artistas Constantin
Brancuse e August Rodin, dois mestres da escultura que influenciaram vários
outros artistas.
Modernamente, novas técnicas, como dobra e solda de chapas
metálicas, moldagens com resinas, betão armado ou plásticos, ou
mesmo a utilização da luz coerente para dar uma sensação de
tridimensionalidade, tem sido tentadas e só o tempo dirá quais serão perenes.
AS TÉCNICAS
As primeiras esculturas são
predominantemente de pedra, argila e madeira. A técnica inicial da pedra
lascada instigou o homem a criar alternativas, ao longo da história, para
aperfeiçoar a elaboração de suas peças: num primeiro momento através da abrasão
da areia e mais tarde através da criação de peças em cobre, bronze e
ferro. A escolha de um material normalmente implica na técnica a se
utilizar.
MODELAGEM
Na modelagem, as mãos do
artista são o principal instrumento e os materiais mais comuns são a argila, a
cera e o gesso. A modelagem nesses materiais é muito utilizada como um meio
auxiliar do escultor para estudos prévios ou como base para as técnicas do
vazado em metal, cimento ou plástico.
Para a modelagem em argila, o
material é trabalhado ainda úmido e, dependendo da escala do objeto a ser
modelado, pode ser fixado sobre suportes de madeira, arame, borracha, cortiça
ou qualquer outro material não absorvente. No caso em que a própria argila é o
material final para a realização da escultura, se utilizam as técnicas
cerâmicas de cozimento. Essa técnica era utilizada por muitas culturas antigas – tais como a Suméria e a Chinesa –
na elaboração de esculturas de Terracota (terra cozida).
Considerada arte menor, a
escultura em madeira oferece um desafio maior ao escultor para dar o
naturalismo desejado à figuração, devido ao veios e nós da madeira e à precisão
que deve ser trabalhada. Com isso, o uso do policromado (técnica de pintura à têmpera
sobre base de gesso, aplicada na escultura em madeira) condicionou de forma
decisiva a evolução da escultura em madeira. Essa técnica foi muito utilizada
no Barroco brasileiro na confecção do imaginário (santos do pau oco). A técnica
da talha consiste no desgaste de um tronco de madeira através do uso de
instrumentos como o cinzel, serras, foices, machados, isovela e brocas.
Geralmente, a madeira é trabalhada a partir de um único tronco que tem seu
interior esvaziado para evitar problemas com a umidade. No acabamento final, a
peça é lixada e polida.
ESCULTURA EM PEDRA
A técnica, considerada nobre,
consiste em desgastar um bloco de pedra com uso de cinzéis, martelos,
pontas, bouchardes , puas, furadeiras e abrasivos. Na escultura em
pedra os erros são irreparáveis e, para garantir o sucesso da sua confecção, se
deve fazer um esboço em argila, gesso ou cera, com posterior maquete, que
passará para o bloco de pedra através de um sistema chamado “ponteado”.
Nessa técnica, o uso passa a ser industrial e não é mais só
a mão do artista que dá origem às formas. É preciso criar moldes e a figura vai
nascer do interior do molde, com a fundição do cobre em conjunto com o estanho,
o zinco e o aço, em quantidades exatas, para se criar a liga apropriada de
bronze. A fluidez dessa liga é o que dará características próprias a cada
escultura.
O vazado em bronze, para esculturas tridimensionais pode ser
feito de três formas: a fundição à cera perdida, o modelado e a galvanotipia.
A técnica da cera perdida consiste em construir um modelo em
cera que é coberto por um molde de argila de uma única peça; depois, a cera é
derretida e o espaço é preenchido com o bronze. A partir desse método,
conhecido como direto, são realizadas peças maciças de menor porte.
O método indireto consiste em modelar em barro a figura e, a
partir daí, criar um molde em gesso dividido em várias peças. O interior do
molde em gesso é recoberto por uma fina camada de cera e o vazio preenchido por
terra. Após essa etapa, desmonta-se o molde de gesso, que deixa descoberto o
modelo de cera para ser retocado. Cobre-se então a peça com a argila – mantendo-se um sistema de canais de coado e respiradouros – que servirá de molde definitivo. O bronze então vertido,
substitui a cera. Esse método permite que a peça tenha uma espessura variável e
é utilizado na confecção de esculturas de grande porte.
Na arte moderna o objetivo não é mais o naturalismo e, com isso, a escultura ganhou novas formas de expressão, possibilitando a pesquisa de novos materiais e o emprego diferenciado das técnicas tradicionais.
Uma descoberta inovadora foi a aplicação do concreto na
escultura – uma mistura de cimento, areia e áridos (pó
de pedra ou partículas de granito ou mármore, que proporcionam diferentes
texturas ao concreto). O concreto pode ser trabalhado na modelagem ou nos
vazados. Na modelagem o processo é semelhante àquele da argila, a diferença é a
armação que deve se adequar ao peso e à forma da escultura. Os vazados são
realizados com moldes de gesso, madeira ou formas, que recebem a massa
homogeneizada e depois são cobertos com sacos molhados até que a peça endureça.
Na escultura em metal a evolução foi marcante após a
Revolução Industrial. Os artistas passaram a utilizar diversos tipos de
materiais: chapas de ferro, pregos, arames, chapas de aço, lata, latão,
alumínio, ferro-velho, tubulações e até automóveis prensados. Tudo isso obriga
a utilização de ferramentas industriais – soldagem,
maçarico, rebitadoras, brocas elétricas, máquinas para corte e dobradura do
metal. O artista pode pintar, disfarçar soldas, polir e oxidar suas peças em
metal.
Outros materiais, como os plásticos e a celulose, foram
utilizados inicialmente na escultura pelos Construtivistas, a partir da década
de 20. Ainda hoje, os materiais plásticos, acrílicos e sintéticos constituem
base de pesquisa de muitos artistas contemporâneos, coordenando-os com outros
materiais ou simplesmente utilizando-se da sua plasticidade e textura.
A arte contemporânea oferece tal liberdade ao escultor na escolha
das técnicas, que a própria técnica se confunde com o objeto artístico: a
escultura hoje se utiliza de meios mecânicos, eletromagnéticos, fenômenos
naturais e da própria estrutura física do ambiente onde a obra será instalada.









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